"As
velas nas igrejas se apagaram,
As
estrelas saíram do céu.
Assopra
a brasa do coração
E nos
veremos mais tarde...” Archibald
MacLeish (pg.171)
Sobre esse verso o autor Harold Kushner comenta:
“O mundo é um lugar frio e
iníquo, onde tudo o que tinham de precioso foi destruído. Mas, em vez de abrir
mão deste mundo iníquo e da vida, em vez de buscar fora de si, nas igrejas ou
na natureza, as respostas, eles voltam-se para suas capacidades de amar.
“Assopra a brasa do coração” – por pequena que seja a luz e seu calor, ela será
capaz de nos dar alento e nos sustentar.” (pg. 172)
O que o poeta MacLeish quis dizer na sua peça de uma versão
moderna da história bíblica sobre Jó:
“O homem depende de Deus em
todas as coisas; Deus depende do homem em uma. Sem o amor do Homem, Deus não
existe como Deus, apenas como criador, e o amor é a única coisa que nem sequer
o próprio Deus pode comandar. É uma dádiva livre, ou nada significa. E ele é
uma realidade maior, mais livre, quando oferecido não obstante o sofrimento, a
injustiça e a morte”.
Nesse livro o autor Harold Kushner aborda nossa revolta
diante da dor, do sofrimento causado ao perdermos quem amamos. Sejam quais
forem os motivos que causam a separação dos entes queridos, há uma sensação de
impotência diante da vida. Para amenizar essa angústia também o autor partilha
suas experiências e seus conhecimentos:
“Não amamos a Deus porque Ele é
perfeito. Não o amamos O amamos porque Ele nos protege contra o mal e evita que
coisas ruins nos aconteçam. Não O amamos porque O tememos ou porque Ele nos
golpeia se Lhe voltamos às costas. Nós O amamos porque Ele é Deus, porque Ele é
o autor de toda beleza e ordem que nos rodeia, a fonte da força, da esperança e
coragem que vêm em nosso auxílio quando delas precisamos. Nós o amamos porque
Ele é a melhor parte de nós mesmos e do nosso mundo. É isso que significa amor.
Amor não é a admiração da perfeição, mas a aceitação de uma pessoa imperfeita
com todas as suas imperfeições, porque amá-la e aceitá-la nos torna melhores e
mais fortes.”
Assim o autor nos responde ao questionamento ao nos apontar
uma perspectiva, uma direção que conforta chamada Amor, nas seguintes palavras:
“Mas a palavra resposta pode
significar “reação”, além de “explicação”, e nesse sentido talvez haja uma
solução satisfatória para as tragédias de nossa vida.”.
“... perdoar o mundo por não
ser perfeito, perdoar a Deus por não ter feito um mundo melhor, abraçar as
pessoas que estão ao nosso redor e continuar vivendo não obstante tudo.”
Questionamentos, leituras, estudos e sentimentos nos levam
ao caminho do amor, esse conforto capaz de apaziguar as angústias, impulsiona a
alegria, motivando o compromisso de viver melhor a cada dia:
“Você é capaz de perdoar e amar
as pessoas que lhe estão ao redor, mesmo quando elas o ferem e derrubam por não
ser perfeito? Acaso pode perdoá-las e amá-las simplesmente porque ninguém é
perfeito e porque a penalidade por não ser capaz de amar pessoas imperfeitas é
condenar-se à solidão?”
Sabor da vida.
AVAW